Outro dia estava tomando café com um amigo quando o assunto Bitcoin surgiu. Fiquei quietinho no meu canto. Não fazia a menor ideia do que era aquilo! Depois em casa, curioso, resolvi pesquisar. Nossa, que surpresa! Não era aquele bicho de sete cabeças que imaginei.
O que é criptomoedas na prática? São dinheiros que existem só no computador. Você não pode pegar na mão nem guardar debaixo do colchão como as notas de real. Elas ficam protegidas por uns códigos complicados que chamam de criptografia – daí vem o nome.
O que é criptomoedas e como isso funciona?
Sabe quando a gente anota quanto gastou no mês? Pois imagine um caderninho de despesas que todo mundo tem uma cópia. Cada vez que alguém anota algo novo, todas as cópias são atualizadas ao mesmo tempo!
Se eu tentar mudar só na minha cópia, dizendo que tenho mais dinheiro, não vai funcionar. Todo mundo vai olhar e falar: “Ei, isso não bate com o que está nos nossos cadernos!”
É mais ou menos assim que funciona a tal da blockchain – o sistema que faz as criptomoedas rodarem. Um baita cadernão de contas espalhado em computadores pelo mundo todo.
Como tudo começou?
Em 2008, enquanto a gente sofria com aquela crise econômica danada, alguém com o apelido de Satoshi Nakamoto (até hoje ninguém sabe quem é de verdade!) teve uma ideia: criar um dinheiro que não precisasse de banco para funcionar.
Em 2009, nasceu o Bitcoin. De lá pra cá, apareceram milhares de outras moedas digitais. Cada uma com sua proposta diferente.
Que tipos existem?
Tem vários tipos, viu? É quase como os sabores de pizza:
- Tipo Bitcoin: Feitas pra ser usadas como dinheiro mesmo, pra comprar coisas.
- Tokens utilitários: Te dão direito a usar algum serviço, tipo um ingresso digital.
- Tokens de segurança: Parecidos com ações de empresas.
- Stablecoins: Essas são menos “doidas” – tentam manter um valor estável, geralmente igual ao dólar.
- NFTs: São coisas únicas digitais, tipo obras de arte ou itens de coleção.
De onde saem essas moedas?
Já se perguntou como fazem mais criptomoedas? Eu também fiquei curioso!
Mineração (nada a ver com picareta!)
No caso do Bitcoin, o processo chama “mineração”. Mas calma, ninguém tá cavando um buraco no quintal!
São computadores potentes resolvendo problemas de matemática super difíceis. Quando resolvem, ganham algumas moedas de recompensa.
É trabalhoso e gasta muita energia. Meu primo tentou minerar no computador dele e só conseguiu uma conta de luz astronômica!
Outros jeitos de criar
Nem todas são feitas assim. Algumas usam outros métodos:
- Prova de participação: Quem tem mais moedas ajuda a criar outras novas.
- Distribuição inicial: Às vezes criam todas de uma vez e vão distribuindo aos poucos.
- Forking: Pegam uma que já existe e fazem uma versão diferente. Tipo quando você copia a receita de bolo da vó, mas muda um ingrediente.
O que tem de bom nisso tudo?
Tá, mas pra que serve? Quais as vantagens? Vamos ver:
Sem intermediários no meio do caminho
A melhor parte? Você manda dinheiro direto pra outra pessoa. Sem banco, sem burocracia.
Lembra quando mandei dinheiro pro meu sobrinho na Austrália? Foi um sufoco! Três dias esperando e uma taxa que me doeu no bolso. Com criptomoedas, teria sido questão de minutos e pagaria mixaria de taxa.
O dinheiro é seu, e ponto final
Sabe aquela raiva quando o banco bloqueia seu cartão porque você fez uma compra “suspeita”? Ou limita quanto você pode sacar?
Com criptomoedas, você que manda. Quer gastar tudo em figurinhas? Problema seu!
Chance de valorizar (ou não!)
Muita gente entrou nessa onda esperando ficar rica. E alguns conseguiram mesmo! Teve gente que comprou Bitcoin lá atrás por trocados e hoje tem milhões.
Mas cuidado! Assim como pode subir, pode despencar rapidinho. Não coloque a grana do aluguel nisso, hein?
Acessível pra quem não tem banco
Em alguns países, ter conta no banco é luxo. Com criptomoedas, só precisa de internet. Tá conectado? Então pode usar.
Nem tudo são flores: os perigos
Bom, agora vamos falar dos perrengues que podem aparecer nessa história.
Sobe e desce que nem montanha-russa
Os preços mudam muito rápido. Hoje você tá rico, amanhã pode estar chorando. Imagina receber seu salário assim?
No final de 2017, vi um colega vender o carro pra comprar Bitcoin quando estava lá em cima… Coitado, um mês depois já tinha perdido quase metade do valor.
Segurança é tudo
Se você perder a senha da sua carteira digital, adeus dinheiro! Não tem SAC pra ligar nem gerente pra chorar as pitangas.
E tem muito golpista nesse meio. Semana passada mesmo recebi um e-mail oferecendo “investimento garantido em cripto”. Tá… confia.
As regras do jogo ainda tão sendo escritas
Os governos ainda estão decidindo como lidar com isso tudo. As leis mudam toda hora. O que é permitido hoje pode não ser amanhã.
Como começar (se você ficou animado)
Tá a fim de experimentar? Vamos lá:
Escolhendo onde comprar
Você vai precisar de uma corretora (exchange). É tipo um Mercado Livre das criptomoedas.
Antes de escolher uma, dá uma olhada:
- Se a empresa tem boa fama
- Quanto cobram de taxas
- Se é fácil de usar
- Se parece segura
Uma casa pro seu dinheiro digital
Pra guardar suas moedas, precisa de uma carteira digital. Tem de vários tipos:
- Online: Bem prática, mas menos segura.
- No celular: Equilíbrio entre segurança e praticidade.
- Física: Um aparelhinho só pra isso. É o mais seguro.
Comece devagar, meu amigo
Primeira regra: comece pequeno! Teste com uma graninha que não vai fazer falta.
Foi o que fiz. Comecei com R$100 só pra entender como funcionava. Depois que peguei o jeito, fui aumentando aos poucos.
| Tipo de Carteira | O que tem de bom | O que tem de ruim |
|---|---|---|
| Online (na web) | Fácil de acessar, prática | Mais fácil de hackear |
| No celular | Boa de usar, segurança média | Depende da segurança do seu celular |
| Física | Super segura | Mais cara, menos prática |
| De papel | Impossível hackear | Pode perder ou molhar |
As criptomoedas mais famosas
Existem milhares por aí, mas algumas são as estrelas do show:
Bitcoin (BTC)
A primeira e mais famosa de todas. Foi criada pra ser um dinheiro digital, mas hoje muita gente vê como uma espécie de “ouro digital”.
Ethereum (ETH)
Mais que uma moeda, é uma plataforma pra criar aplicativos descentralizados. Sabe aqueles contratos cheios de letras miúdas? O Ethereum permite criar versões digitais que se executam sozinhos.
Binance Coin (BNB)
É a moeda da Binance, uma das maiores corretoras do mundo. Serve principalmente pra pagar taxas por lá.
Tether (USDT)
Essa tenta manter o valor sempre igual a um dólar. É uma “stablecoin” – moeda estável.
Cardano (ADA)
Uma plataforma que promete ser mais sustentável e segura que outras.
Como está no Brasil?
E por aqui, como anda essa história toda?
Cada vez mais gente usando
O número de brasileiros com criptomoedas cresce todo ano. Na última declaração de IR, milhões de pessoas já tinham algo investido.
Meu barbeiro mesmo me contou que começou a aceitar Bitcoin. “É pouca gente que paga assim, mas tô me preparando pro futuro”, disse ele.
Regras brasileiras
Em 2022, o Brasil aprovou uma lei pra regular esse mercado. Agora as empresas que trabalham com criptomoedas precisam seguir certas regras.
E o Leão, hein?
Se você lucrar mais de R$ 35 mil por mês com criptomoedas, vai ter que pagar 15% de imposto. O Leão sempre dá um jeito de abocanhar uma parte, né?
A bronca do meio ambiente
Uma coisa que muita gente critica é o gasto de energia:
Gastando luz que dói
A mineração de Bitcoin, principalmente, consome energia pra caramba. Dizem que gasta mais eletricidade que alguns países!
Buscando alternativas mais verdes
Por sorte, o pessoal já tá ligado nesse problema:
- Algumas criptomoedas novas usam métodos que gastam menos energia
- Tem gente usando energia solar e eólica pra minerar
- O Ethereum mudou seu sistema pra um que consome bem menos
“A tecnologia blockchain é uma das maiores inovações do nosso século, com potencial pra transformar não só como lidamos com dinheiro, mas como confiamos uns nos outros no mundo digital.” – Vitalik Buterin, criador do Ethereum
O que vem por aí?
E o futuro, como será?
Moedas digitais dos bancos centrais
Até os bancos centrais estão criando suas moedas digitais! No Brasil, temos o Drex (que era o Real Digital). Não são exatamente criptomoedas, mas usam tecnologia parecida.
Misturando com o sistema tradicional
Cada vez mais os bancos tradicionais estão entrando nesse jogo. Já tem bancão oferecendo compra de Bitcoin, investimento em Ethereum…
Evoluindo a tecnologia
Os nerds não param. Estão sempre melhorando a tecnologia pra:
- Processar mais transações ao mesmo tempo
- Gastar menos energia
- Dar mais privacidade
- Fazer diferentes blockchains conversarem entre si
Como usar no dia a dia
E dá pra usar isso tudo na vida real?
Pra comprar coisas
Algumas lojas já aceitam. No Brasil ainda são poucas, mas o número cresce.
Outro dia achei uma cafeteria aqui em São Paulo que aceita. Paguei meu cappuccino com Bitcoin só pra testar!
Como investimento
A maioria das pessoas ainda compra esperando valorizar. É o uso mais comum hoje.
Pra mandar dinheiro pro exterior
Enviar grana pra outro país pode ser mais rápido e barato usando criptomoedas.
Pra usar serviços específicos
Alguns serviços baseados em blockchain precisam que você use criptomoedas. São as tais finanças descentralizadas (DeFi) e jogos blockchain.
Segurança: protegendo o seu
Se decidir entrar nessa, segurança em primeiro lugar:
O que fazer
- Nunca, jamais, conte pra ninguém suas senhas e chaves privadas
- Use autenticação de dois fatores nas corretoras (aquela que manda código no celular)
- Pense em comprar uma carteira física se tiver muito dinheiro investido
- Mantenha tudo atualizado
- Pesquise muito antes de entrar em projetos novos
Golpes comuns (corre desses!)
Infelizmente, onde tem dinheiro, tem malandro. Fique esperto com:
- Esquemas de pirâmide disfarçados de investimentos (aquele “convide amigos e ganhe”)
- E-mails e sites falsos querendo roubar suas senhas
- Sites que imitam corretoras famosas
- Promessas de ganhos absurdos (“dobre seu Bitcoin em 24 horas!”)
Lembra aquela história que sua avó contava? “Se é bom demais pra ser verdade…” Pois é, continua valendo.
Dicionário rápido pra você não se perder nas conversas
Esses são os termos que mais aparecem:
- Blockchain: O tal cadernão de contas distribuído que mencionei antes
- Wallet: Sua carteira digital
- Exchange: Onde você compra e vende criptomoedas
- Mining: O processo de validar transações e criar novas moedas
- Halving: Quando a recompensa de mineração do Bitcoin cai pela metade
- Fork: Quando uma criptomoeda se divide em duas versões
- DeFi: Serviços financeiros baseados em blockchain
- NFT: Aquele item digital único que falei antes
- Smart Contract: Programas que executam automaticamente quando certas condições são cumpridas
Pra fechar a conversa
As criptomoedas são uma novidade que tá mudando como pensamos sobre dinheiro. Como toda novidade, tem coisas boas e ruins.
Se você tá pensando em começar, lembra:
- Estude antes de colocar seu dinheiro
- Comece devagar
- Cuide da segurança como se fosse ouro
- Entenda que o valor pode subir e descer muito
- Fique de olho nas mudanças de regras
Esse mundo das moedas digitais é fascinante. Eu mesmo comecei estudando por curiosidade e acabei me envolvendo cada vez mais.
Quer participar ou só ficar de olho de longe? De qualquer forma, entender o básico já é um conhecimento e tanto pro mundo digital que tá chegando!
O que você precisa lembrar
- Criptomoedas são dinheiros digitais protegidos por códigos especiais
- Funcionam com um sistema chamado blockchain, que é como um grande livro de contas público
- Bitcoin foi a primeira, criada em 2009
- Existem vários tipos, cada um com função diferente
- Você pode fazer transações sem precisar de banco
- Tem riscos como preços que mudam muito e questões de segurança
- Pra começar, escolha uma corretora e crie uma carteira digital
- No Brasil já existem leis específicas e você precisa declarar no Imposto de Renda
- A mineração de algumas criptomoedas gasta muita energia
- O futuro provavelmente terá mais integração com o sistema financeiro que conhecemos
10 perguntas que todo mundo faz
- O que é mesmo uma criptomoeda, explicado bem simples? É um dinheiro digital que usa códigos de segurança e funciona sem precisar de banco.
- É seguro mexer com isso? A tecnologia é segura, mas existem riscos na forma como você guarda e nos preços que sobem e descem muito.
- Como faço pra começar? Escolha uma corretora confiável, crie conta, confirme seus dados e faça um depósito para comprar.
- Tenho que declarar no Imposto de Renda? Sim, no Brasil você tem que declarar e pagar imposto se lucrar mais de R$ 35 mil por mês.
- Qual a diferença entre Bitcoin e as outras? Bitcoin foi a primeira, as outras geralmente oferecem funções diferentes ou melhorias.
- Dá pra minerar em casa? Tecnicamente sim, mas hoje em dia não compensa para Bitcoin sem equipamentos especiais e energia barata.
- E se eu esquecer minha senha? Se perder sua chave privada ou frase de recuperação, pode perder tudo para sempre. Não tem “esqueci minha senha”.
- Isso vai substituir o dinheiro normal? Difícil que substitua completamente, mas pode conviver e complementar o sistema atual.
- O que são esses tais de NFTs? São itens digitais únicos, como obras de arte ou colecionáveis, que usam a mesma tecnologia das criptomoedas.
- Quanto devo investir nisso? Só o que você estiver disposto a perder, considerando que os riscos são altos.
