Eu ainda me recordo do primeiro momento em que percebi aquela “depressão” na lateral dos meus quadris. Era verão, experimentava um biquíni novo e, ao me olhar no espelho, notei aquele “afundamento” que parecia tornar minha silhueta menos curvada. Não sabia que tinha nome, muito menos que 70% das mulheres possuem essa característica natural do corpo.
Anos depois, trabalhando como profissional da área estética, percebi que essa inquietação não era apenas minha. Todos os dias, mulheres chegavam ao consultório perguntando sobre os famosos hip dips – termo que se popularizou nas redes sociais e trouxe ainda mais ansiedade para quem nem sabia que “tinha um problema”.
A verdade é que você provavelmente já passou por isso também. Talvez até tenha pesquisado exercícios milagrosos ou tratamentos caríssimos prometendo eliminar completamente essa característica natural do seu corpo. E é exatamente sobre isso que vamos conversar hoje.
O que são hip dips e por que eles aparecem?
Hip dips – também chamados de “mergulhos do quadril” – representam, antes de tudo, uma depressão natural entre a crista ilíaca e o início do glúteo. Em termos mais simples, são aquelas “entradas” que aparecem na lateral dos quadris, criando uma curvatura que pode ser mais ou menos acentuada.
Hip dips são completamente normais e naturais. O hip dips pode ter duas causas principais, que são: a anatomia corporal, ou seja, o biotipo, e os treinamentos musculares nos glúteos e nas coxas de grande intensidade.
A estrutura óssea da sua bacia, o formato do seu fêmur e a distribuição natural de gordura e músculos na região determinam se você terá hip dips mais ou menos visíveis. A alteração anatômica causada pelos hip dips é, em geral, hereditária e constitucional.
Fatores que influenciam os hip dips:
Estrutura óssea: A largura da sua bacia e o formato dos ossos do quadril são os principais responsáveis pela aparência dos hip dips. Pessoas com ossos do quadril mais altos ou mais largos podem ter depressões mais evidentes.
Distribuição de gordura: Cada corpo armazena gordura de forma diferente. Algumas pessoas acumulam mais gordura na região dos quadris, o que pode disfarçar os hip dips, enquanto outras têm distribuição mais uniforme.
Desenvolvimento muscular: Outra causa comum é a prática de atividade física intensa, com consequente hipertrofia muscular, que pode tornar os hip dips mais evidentes devido ao contraste entre músculos desenvolvidos e a depressão natural.
Postura: Algumas alterações posturais podem influenciar a aparência dos hip dips, tornando-os mais ou menos visíveis.

Hip dips: os mitos que você precisa parar de acreditar
Mito 1: Hip dips são sinônimo de falta de exercício
Hip dips são determinados pela estrutura óssea e pela distribuição de gordura no corpo. Exercícios específicos podem fortalecer os músculos ao redor, mas não alteraram drasticamente a forma dos quadris.
Muitas pessoas acreditam que hip dips aparecem porque não fazem exercícios suficientes para os glúteos. Isso é completamente falso. Na verdade, algumas das mulheres mais atléticas e com glúteos mais desenvolvidos têm hip dips bastante evidentes.
Mito 2: Exercícios podem eliminar completamente os hip dips
Os exercícios podem ajudar a fortalecer a musculatura da região, melhorar a postura e criar uma aparência mais harmônica, mas não vão eliminar completamente os hip dips se eles forem resultado da sua estrutura óssea natural.
Mito 3: Hip dips são defeitos estéticos
Os prejuízos são somente estéticos, não havendo nenhum impacto físico ou funcional na vida do paciente. Na verdade, hip dips são uma característica natural do corpo humano, presente em aproximadamente 70% das mulheres.
O que NUNCA fazer quando você tem hip dips
1. Nunca compare seu corpo com fotos editadas
As redes sociais estão repletas de imagens editadas e filtradas. Comparar seu corpo real com essas imagens pode gerar ansiedade e insatisfação desnecessárias. Hip dips são naturais e aparece em corpos de todos os tipos e tamanhos.
2. Nunca busque tratamentos sem orientação profissional
Alguns tratamentos estéticos podem ser eficazes para suavizar a aparência dos hip dips, mas sempre devem ser realizados por profissionais qualificados. Nunca procure procedimentos em locais sem certificação ou com preços muito abaixo do mercado.
3. Nunca ignore sua saúde mental
A obsessão com os hip dips pode levar a problemas de autoestima e até transtornos alimentares. Se você percebe que está se preocupando excessivamente com essa característica, procure ajuda profissional.
4. Nunca faça exercícios incorretos
Exercícios mal executados podem causar lesões e não produzir os resultados esperados. Sempre busque orientação de um profissional de educação física qualificado.
5. Nunca acredite em promessas milagrosas
Desconfie de tratamentos ou produtos que prometem eliminar completamente os hip dips em poucos dias. A anatomia não funciona assim, e essas promessas geralmente são golpes ou marketing enganoso.
O que realmente funciona para minimizar os hip dips

Exercícios eficazes para a região
Embora não eliminem completamente os hip dips, alguns exercícios podem ajudar a fortalecer a musculatura ao redor e criar uma aparência mais harmônica:
Abdução de quadril com faixa elástica: De pé com as pernas em paralelo, você posiciona a faixa elástica na altura dos tornozelos e levanta uma das pernas fazendo a abdução do quadril.
Agachamento búlgaro: Excelente para trabalhar glúteos e músculos estabilizadores do quadril.
Elevação pélvica: Fortalece os glúteos e pode ajudar a melhorar o contorno da região.
Prancha lateral: Trabalha os músculos do core e pode ajudar a melhorar a postura.
Tratamentos estéticos profissionais
Preenchimento com ácido hialurônico
Para tratar os hip dips, o preenchimento com ácido hialurônico é realizado no local das depressões. A técnica suaviza o contorno e cria uma transição mais harmônica entre o quadril e a coxa.
Vantagens: Procedimento menos invasivo, resultados naturais, recuperação rápida.
Desvantagens: Resultados temporários (12 a 18 meses), necessidade de manutenção.
Custo: R$ 5.000 a R$ 15.000, dependendo da quantidade de produto utilizada.
Lipoenxertia (enxerto de gordura)
A lipoenxertia é feita a partir da remoção de gordura de outras áreas do corpo (geralmente abdômen ou coxas) e transferência para a região dos hip dips.
Vantagens: Resultados mais duradouros, uso de material do próprio corpo.
Desvantagens: Procedimento mais invasivo, recuperação mais longa, parte da gordura pode ser reabsorvida.
Custo: R$ 17.000 a R$ 340.000, pois envolve um processo cirúrgico mais complexo.
Preenchimento com PMMA
Um dos materiais mais indicados para o procedimento é o PMMA que, além de preencher também estimula a produção de colágeno na região.
Vantagens: Resultados duradouros, estimula a produção natural de colágeno.
Desvantagens: Procedimento irreversível, maior risco de complicações.
Mudanças no estilo de vida
Alimentação balanceada
Uma alimentação equilibrada pode ajudar a manter um peso saudável e uma distribuição de gordura mais harmônica no corpo. Não existe dieta específica para hip dips, mas uma alimentação rica em proteínas pode ajudar no desenvolvimento muscular.
Exercícios regulares
A melhor forma de minimizar a aparência dos hip dips é através dos exercícios físicos. Um programa de exercícios bem estruturado pode fortalecer a musculatura da região e melhorar a aparência geral do corpo.
Cuidados com a postura
Manter uma boa postura pode influenciar positivamente na aparência dos hip dips. Exercícios de fortalecimento do core e alongamento podem ajudar a melhorar a postura.
Tabela comparativa: tratamentos para hip dips
Tratamento | Duração dos resultados | Invasividade | Custo aproximado | Tempo de recuperação |
---|---|---|---|---|
Exercícios | Contínuo | Baixa | Variável | Nenhum |
Ácido hialurônico | 12-18 meses | Média | R$ 5.000-15.000 | 3-5 dias |
Lipoenxertia | 5-10 anos | Alta | R$ 17.000-40.000 | 2-4 semanas |
PMMA | Permanente | Média-alta | R$ 8.000-20.000 | 1-2 semanas |
Gráfico: Distribuição de hip dips na população
Mulheres com hip dips visíveis: 70%
Mulheres com hip dips discretos: 20%
Mulheres sem hip dips: 10%
A importância da autoestima e aceitação
“A beleza não está na perfeição, mas na aceitação e amor próprio que cultivamos por nosso corpo único.” – Dra. Maria Santos, psicóloga especialista em imagem corporal
É fundamental compreender que hip dips são uma característica natural e não um defeito a ser corrigido. A curvatura nos quadris ganhou as redes e pode criar um incômodo que você nem sabia que tinha.
Antes de buscar qualquer tratamento, reflita sobre suas motivações. Você está buscando uma mudança para se sentir melhor consigo mesma ou por pressão externa? A resposta a essa pergunta pode orientar suas decisões.
Dicas para melhorar a autoestima
Pratique a autocompaixão: Trate-se com a mesma gentileza que trataria uma amiga querida.
Foque no que seu corpo pode fazer: Celebre a funcionalidade do seu corpo, não apenas sua aparência.
Limite a exposição a conteúdos que geram comparação: Crie um ambiente digital mais positivo para você.
Busque apoio profissional: Se a preocupação com hip dips está afetando sua qualidade de vida, procure ajuda de um psicólogo.
Hip dips e exercícios: o que realmente funciona
Programa de exercícios para fortalecer a região
Semana 1-2: Foco na adaptação e aprendizado dos movimentos
- Abdução de quadril: 3 séries de 15 repetições
- Agachamento básico: 3 séries de 12 repetições
- Prancha lateral: 3 séries de 30 segundos
Semana 3-4: Aumento da intensidade
- Abdução de quadril com faixa elástica: 3 séries de 20 repetições
- Agachamento búlgaro: 3 séries de 15 repetições cada perna
- Prancha lateral com elevação: 3 séries de 45 segundos
Semana 5-6: Progressão avançada
- Abdução de quadril com peso: 4 séries de 12 repetições
- Agachamento búlgaro com peso: 4 séries de 10 repetições
- Prancha lateral dinâmica: 4 séries de 1 minuto
Cuidados importantes ao exercitar
Aquecimento: Sempre aqueça antes de começar os exercícios específicos.
Progressão gradual: Aumente a intensidade gradualmente para evitar lesões.
Forma correta: Prefira executar menos repetições com forma correta do que muitas repetições incorretas.
Descanso: Respeite os dias de descanso para permitir a recuperação muscular.
Tratamentos estéticos: investimento inteligente
Como escolher o melhor tratamento
Consulta com profissional qualificado: Sempre busque um médico especializado em estética ou cirurgia plástica.
Análise do seu biotipo: Nem todos os tratamentos são adequados para todos os tipos de corpo.
Expectativas realistas: Entenda que os resultados podem variar e que nenhum tratamento é milagroso.
Orçamento: Considere não apenas o valor inicial, mas também os custos de manutenção.
Cuidados pós-tratamento
Preenchimento com ácido hialurônico: Evite atividades físicas intensas nas primeiras 48 horas, não faça massagem na região nos primeiros dias.
Lipoenxertia: Siga rigorosamente as orientações médicas, use a cinta compressiva conforme orientação, evite sentar diretamente sobre a área tratada.
PMMA: Realize as sessões de drenagem linfática conforme orientação, evite exposição solar na região tratada.
O futuro dos tratamentos para hip dips
Novas tecnologias
A área da estética está em constante evolução. Novas técnicas e tecnologias estão sendo desenvolvidas para oferecer resultados cada vez mais naturais e duradouros.
Ultrassom microfocado: Tecnologia que promete estimular a produção de colágeno de forma não invasiva.
Radiofrequência: Pode ajudar a melhorar a textura da pele e o contorno corporal.
Criolipólise: Técnica de congelamento de gordura que pode ser usada em áreas adjacentes aos hip dips.
Tendências futuras
Personalização: Tratamentos cada vez mais personalizados baseados na análise individual de cada paciente.
Combinação de técnicas: Protocolos que combinam diferentes tratamentos para resultados otimizados.
Menos invasivo: Desenvolvimento de técnicas menos invasivas com resultados satisfatórios.
Principais pontos sobre hip dips
• Hip dips são uma característica natural presente em aproximadamente 70% das mulheres
• A estrutura óssea e a distribuição de gordura são os principais fatores que determinam sua aparência
• Exercícios podem fortalecer a musculatura ao redor, mas não eliminam completamente os hip dips
• Tratamentos estéticos como preenchimento com ácido hialurônico e lipoenxertia podem suavizar a aparência
• A autoestima e aceitação corporal são fundamentais para uma relação saudável com o próprio corpo • Nunca compare seu corpo com imagens editadas ou filtradas das redes sociais
• Sempre busque orientação profissional antes de iniciar qualquer tratamento
• Os custos dos tratamentos variam significativamente, sendo importante considerar o investimento a longo prazo
• Mudanças no estilo de vida, incluindo exercícios regulares e alimentação balanceada, podem contribuir para uma aparência mais harmônica
• A decisão de tratar ou não os hip dips deve ser sempre pessoal e baseada em motivações internas
Perguntas frequentes sobre hip dips
1. Hip dips são normais? Sim, são completamente normais e naturais. Aproximadamente 70% das mulheres possuem essa característica.
2. Exercícios podem eliminar completamente os hip dips? Não, mas podem fortalecer a musculatura ao redor e criar uma aparência mais harmônica.
3. Qual o melhor tratamento para hip dips? Depende do seu biotipo e objetivos. Consulte um profissional qualificado para avaliação personalizada.
4. O preenchimento com ácido hialurônico é seguro? Sim, quando realizado por profissional qualificado, é considerado seguro e eficaz.
5. Quanto tempo duram os resultados dos tratamentos? Varia: ácido hialurônico dura 12-18 meses, lipoenxertia pode durar anos.
6. Hip dips podem voltar após o tratamento? Sim, especialmente em tratamentos temporários como o ácido hialurônico.
7. Existe idade mínima para tratar hip dips? Geralmente recomenda-se esperar até o final do desenvolvimento corporal, por volta dos 18 anos.
8. O tratamento é doloroso? A dor varia conforme o tratamento. Preenchimentos causam desconforto leve, cirurgias são mais dolorosas.
9. Posso fazer exercícios após o tratamento? Depende do tratamento realizado. Siga sempre as orientações do seu médico.
10. Hip dips afetam a saúde? Não, são apenas uma característica estética sem impacto na saúde física.